Nas 2 últimas semanas, você se sentiu desanimado, deprimido, sem esperança?
Nas últimas 2 semanas, você sentiu pouco interesse ou prazer em fazer as coisas?
Caso alguma dessas perguntas ou as duas geraram uma resposta afirmativa o próximo passo é responder ao PHQ-9 (Questionário Saúde do Paciente, na sigla em inglês) que tem o objetivo de avaliar se há uma depressão atual e qual sua gravidade.
Além da avaliação dos sintomas, é necessário excluir alterações biológicas que podem provocar sintomas depressivos como hipotiroidismo, Síndrome de Cushing, Apneia Obstrutiva do sono, deficiência de vitamina B12 e ácido fólico. Alguns medicamentos também estão relacionados com sintomas depressivos como propranolol, corticoides, anticoncepcionais hormonais, interferon e levodopa.
O DSM-5 (Manual de Diagnóstico de Doença Mental – 5º edição) divide a depressão em:
• Transtorno depressivo maior
• Transtorno depressivo persistente (antes conhecido como transtorno distímico ou distimia)
• Transtorno disfórico pré-menstrual
• Outros transtornos depressivos (que não atendem aos critérios de transtorno depressivo maior
decorrente de abuso de substâncias, efeitos colaterais de medicamentos, condições médicas, ou
outras causas especificadas ou não).
Então, como diagnosticar depressão? Que sintomas observar e por quanto tempo?
O DSM-5 descreve e orienta médicos e psicólogos quanto os sintomas e o tempo deles para um diagnóstico rápido e preciso.
Depressão maior
Apresentar cinco ou mais dos seguintes sintomas concomitantemente no período de 2 semanas e que provocam uma alteração na função prévia é considerado depressão maior pelo DSM-5.
Pelo menos um dos sintomas precisa ser humor depressivo ou perda de interesse ou prazer.
A lista de sintomas relacionados com depressão maior são:
• Humor depressivo na maior parte do dia, quase todos os dias, em auto avaliação ou observado por
outras pessoas
• Interesse ou prazer diminuídos em todas ou quase todas atividades na maior parte do dia, quase
todos os dias
• Perda de peso significativa quando não está em dieta, ganho de peso ou diminuição ou aumento de apetite quase todos os dias
• Insônia ou hipersonia quase todos os dias
• Agitação ou retardo psicomotores quase todos os dias
• Fadiga ou perda de energia quase todos os dias
• Sentimentos de falta de valor próprio ou culpa excessiva ou inadequada quase todos os dias
• Capacidade diminuída para pensar ou se concentrar quase todos os dias
• Pensamentos recorrentes de morte, ideação suicida recorrente sem um plano específico.
Além disso, esses sintomas devem:
• Causar comprometimento funcional (por exemplo, social, ocupacional)
• Não ser melhor explicados por abuso de substâncias, efeitos colaterais de medicamentos, ou outras condições clínicas psiquiátricas ou físicas.
Existem 3 níveis de gravidade para a depressão maior definidos no DSM-5:
- Leve: poucos ou nenhum sintoma a mais que o número exigido para o diagnóstico de depressão maior com comprometimento funcional menor (ou seja, 5 dos 10 sintomas listados, sendo um deles humor depressivo ou perda do interesse e prazer).
- Moderado: mais que o número de sintomas exigidos para o diagnóstico de depressão com maior intensidade e prejuízo funcional moderado.
- Grave: muitos sintomas a mais que o exigido para o diagnóstico de depressão, com comprometimento funcional intenso; características psicóticas, como alucinações ou paranoia, podem estar presentes.
Transtorno depressivo (depressão subliminar ou menor)
A depressão subliminar (menor) não está definida no DSM-5, mas quando usada no passado referia-se a um paciente que apresentava de 2 a 4 sintomas depressivos, incluindo humor triste ou anedonia (ausência de prazer ou interesse), por pelo menos 2 semanas.
Transtorno depressivo persistente
Esse diagnóstico abrange e expande o agora não utilizado diagnóstico de “transtorno distímico“.
O indivíduo apresenta uma síndrome depressiva maior ou 3 ou 4 sintomas distímicos, incluindo humor depressivo, durante tempo igual ou maior que 2 anos (≥2 anos).
O comprometimento, se comparado com o transtorno depressivo maior, pode ser menos grave.
Os sintomas distímicos são os seguintes:
• Humor depressivo
• Alterações do apetite
• Alterações no sono
• Baixa autoestima
• Fadiga
• Baixa concentração
• Desesperança.
Todos esses transtornos devem ser tratados por um médico, a depressão maior leve pode ser estabilizada com psicoterapia, não necessitando de medicamentos antidepressivos, já a depressão maior grave deve receber prescrição de medicamentos e encaminhamento urgente para especialista em saúde mental/psiquiatra.
Caso sinta-se triste e sem esperança o melhor caminho conversar com pessoas de sua confiança, procurar ajuda com psicólogo e/ou entrar em contato com o CVV (Centro de Valorização da Vida) pelo fone 188 ou chat CVV no link https://cvv.org.br/chat/ .
Fonte:
DSM-5 – https://www.institutopebioetica.com.br/documentos/manual-diagnostico-e-estatistico-de-transtornos-mentais-dsm-5.pdf